quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A nova bandeira do Brasil


Sei que muitos devem estar pensando o porquê deste título. Já explico.
No dia 15/12/2010 foi aprovado o aumento de 61% para os parlamentares. Além desta porcentagem foi aprovado também um reajuste de 133% para o cargo de presidente da república. Isso tirando reajustes de vices e ministros. Pois é, ministros, aqueles que podem entrar e sair pela conveniência do presidente.

Mas não falemos de valores monetários, mas sim de valores éticos e morais.

Vemos, mais uma vez, nossa constituição ser rasgada na frente de todo um país e a sociedade não se move para tentar impedir estes senhores do crime a gastar nosso dinheiro em luxos e ostentações. O caput do artigo 37 da constituição parece somente servir para concursos públicos, e só. Seus inciso e alíneas, e os princípios que elenca, de nada prestam.
Lembro-me bem de reformas e tentativas de novas políticas serem feitas na Argentina e a reação da população. Na França também. Porém, le Brésil, não acha nem ''desacha'' nada dessas medidas. A sociedade é inerte, em nada influencia em suas vidas. As vezes penso que o povo deve mesmo ser usurpado, furtado, ou seja lá o termo que for. Uma sociedade que é indiferente as movimentações monetárias públicas, não merece nem o nome de sociedade. Prefiro chamar de socio-particularismo. É o tipo de estado em que vivemos.

Enquanto não mexer  no pagode de domingo, no preço da carne pro churrasco, no campeonato brasileiro de futebol, tudo está bem. Vergonhoso seria elogio para a postura do povo perante esses absurdos parlamentares.

Já não penso mais em o que deve ser feito. Parece que não há mais nada. O Brasil está morto, é apenas um país onde políticos brincam de ganhar dinheiro. Lamentável...

Penso sim em muitas vezes tomar atitudes, porém, ''uma andorinha só não faz verão''. Quando você propõe ações políticas para que tenhamos uma sociedade digna, justa, todos enxergam impossibilidades em suas ações e as norteiam de obstáculos, parecendo mais uma forma de fugir daquilo, de não querer bater de frente.

Aonde vai parar esse aumento dos parlamentares? No bar. É o máximo que ele chega. Vira conversa de bar, depois vira piada, mas, ação, atitude, não acontece.

E portanto eu questiono: onde está a ordem, o progresso? Ordem para convocar sessões extra-extraordinárias (se é que existe), pois nunca vi um assunto ser tratado com tanta urgência quanto este aumento.

A política de Lula, enfim, deu certo. Dê um bolsa-esmola pro povo e deixe eles cegos. E ele ainda sai como herói, assim como Sérgio Cabral na ''guerra'' contra o tráfico ''ilegal'' de drogas. Heróis da nação, que fizeram ''muito'' pelo país, que argumentam que não tinham aumento desde 2007, e ainda tem a astúcia de afirmar que não há orçamento nem verba suficiente para aumentar o salário-mínimo.

Ainda penso em morar fora daqui, e, quando coisas como essas acontecem, só me fortalece esta vontade. Porém, habita em mim um espírito, uma essência, pelos anos de convivência com artes marciais, que diz ser correto ficar e lutar. E por isso ainda não me calo e nem aceito tais manobras governamentais. Porém lutar ao lado de quem? Não há... não há companheiros para lutar, não há revolução a fazer... se não há povo, não há oposição.

É por isso que mudo a bandeira de nosso país: ordem e progresso? Ordem e progresso existe no parlamento.
E só.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Análise de álbuns: Appetite For Destruction.






Pra aqueles que me conhecem irão dizer que estava demorando... pois bem, o dia chegou, rs. Não seria eu se não fizesse uma resenha desta obra ou de algum disco do Guns N' Roses.

Sou suspeito pra falar da banda, mas mesmo assim vamos lá.

Appetite For Destruction é um disco histórico. Mais do que boas vendagens, o disco resgatou aquele bom e velho rock 'n roll que vestia jaquetas de couro e bebia Jack Daniels. Algo que os anos 80 estavam pedindo a muito, devido a uma certa escassez de bandas verdadeiramente rock n' roll, com o fato de uma super-exposição de imagem das bandas dos anos 80 ter se tornado algo mais importante que a própria música (em alguns casos, sem generalizar).

Cabeludos, drogados, rebeldes e inconsequentes. Foi assim que o Guns N Roses chegou e armou a barraca para o resto da história do Rock.

Deixemos de lado números referente a vendagens, etc. Se formos entrar nesse mérito levaremos a postagem inteira só nisso. Então vamos as músicas:

1 - Welcome To The Jungle - o disco não poderia abrir melhor. Welcome é um dos clássicos do GNR, um dos singles do disco. Ela abre com cara de musica de abertura mesmo. Tem um punch incrivel, peso, sente-se o que é realmente Hard Rock. Riffs bem elaborados, delay na introdução muito bem usado, a musica da o pique do disco que mantém-se até o final. Uma das melhores musicas da banda, ao meu ver.
2 - Its So Easy - depois de Welcome, nada como It's So Easy pra manter o ritmo. Cantada de forma mais grave por Axl, a musica tem pegada de rock n' roll, é rápida, como se fosse uma briga que quando você percebe, acaba. Construída de um modo simples, poucos acordes, porém, magnífica. Outro petardo do GNR.
3 - Nightrain - rock de muita qualidade. Alterna muito bem o ritmo em determinados momentos. Solos de Slash bem construidos, a musica tem uma pegada típica do Hard Rock dos anos 80, mas ainda sendo rock. Também não há nada de complicado na execução. Destaque para o vocal de Axl, ja no fim da faixa, mostrando uma técnica peculiar.
4 - Out Ta Get Me - começa com um riff marcante. A musica te da uma certa sensação de pressão, de ter que escapar de algo. É mais ou menos o que diz a letra. Incrivel como a banda conseguia passar musicalmente o que queria dizer. Mesmo aqueles que não sabem inglês, percebem as intenções das musicas do GNR.
5 - Mr. Bronwstone - uma musica mais perto do que se pode chamar de dançante do GNR. O riff principal da musica é bem marcante. Base de guitarra muito bem construida, méritos ao genio Izzy Istradlin. Mesmo sendo algo próximo de dançante a musica não perde em nenhum momento a pegada rock n' roll. Axl a canta e um timbre mais grave. Ja ouvi algumas pessoas dizerem não acreditar que era ele cantando, rsrs.
6 - Paradise City - um clássico. Sou muito suspeito pra falar sobre essa musica. Ela tem três estagios: um momento calmo, um rock n' roll e um porrada de vez. Começa como uma especie de country. Depois ganha forma de rock e segue em frente, até desandar tudo no fim. Uma das melhores musicas do GNR, talvez até a melhor. É a musica que, geralmente, encerra os shows do GNR. Appetite não seria um disco tão bom sem Paradise.
7 - My Michelle - essa é aquilo que eu costumo chamar de hard sujo. Um hard rock mais rebelde, com riffs largados na guitarra, um rock mais sujo. Muito boa, é a musica que começa a dar entrada na sessão ''româncica'' (se é que se pode chamar assim) de Appetite.
8 - Think About You - balada disfarçada de rock n' roll. Tem um pique legal, uma energia. Muito bem cantada por Axl, tem uma levada bem ao estilo anos 80. No refrão foi mesclada uma guitarra com distorção e outra limpa, somente fazendo uma espécie de dedilhado, que gera um efeito diferente, pró-balada, rs. Rockão!
9 - Sweet Child O' Mine - o maior hit do GNR. Tem gente que vai no show só pra ver e ouvir essa musica. Sweet Child é muito simples, tem uma harmonia legal, bem construida. Dificil pensar que a musica nasceu de um exercicio de guitarra e por acidente. Um dos refrões e dos riffs mais marcantes do Rock, sua parte cantada é bem construida, linhas de baixo, guitarra, vocal e bateria casam perfeitamente a musica inteira. É aquela musica em que não da pra dizer que algo distoa de outro. Sem palavras pra descreve-la...
10 - You're Crazy - rockão curto e grosso. Tem o andamento mais rapido que outras musicas do disco, é uma porrada em todos os glams dos anos 80, rs. Baseada em um riff principal, a musica se desenvolve a partir dele. Começa e acaba sem que voce saiba o que aconteceu.
11 - Anything Goes - outro tipo daquele hard sujo que eu costumo definir. Não porque a musica fale sobre sexo, mas caimos naquela velha historia de o GNR conseguir passar a intenção de sua musica pela propria musica, sem ser necessário ver letra ou algo mais. Não foi lá uma faixa tão aclamada de Appetite, talvez se You Could Be Mine tivesse em seu lugar seria melhor. Mas é um puta rock de qualquer forma.
12 - Rocket Queen - não existe musica no disco melhor pra encerra-lo. A musica começa com um clima meio de misterio e depois ganha forma. Segue um rock um pouco mais comedido, porém, com vigor, mas sem tanto peso. Tem força, mas a segunda parte é a mais marcante. A musica muda totalmente e ganha uma nova roupagem. Não, não é progressivo, é hard mesmo. E dos bons, muito bons!

Conclusão: Appetite é, na minha humilde opinião de mortal, o melhor album de rock de todos os tempos. Se hoje sou fã deste genêro, e até de outras bandas, devo a este disco. Foi o que abriu as portas da musica pra mim, para que eu começasse a ouvir outras coisas, me apaixonasse por rock e até começasse a tocar guitarra.
O disco é como uma sessão terapeutica. É aquele tipo de disco que você põe pra ouvir e quando percebe, ja acabou, de tão bom que é. Fala de varias fases das vidas dos integrantes da banda. Tem peso, força, pegada, resgatou de fato algo que havia se perdido nos anos 80, em meio a tanto laquê e maquiagem. A união da guitarra de Slash e o vocal de Axl fazem uma mistura que dá muito certo. Méritos também para o resto da banda, que, após este disco, lançou apenas mais um com sua formação original, infelizmente.
Appetite é um marco na história do rock e da musica, sendo um dos discos mais vendidos da banda. Um dos discos de estréia mais vendidos no mundo (ou o mais vendido), ainda vende 200 mil cópias por ano.
É o disco que encabeça a minha lista de ''discos que você não pode morrer sem ouvir''.
Enfim, um clássico inegável, uma obra que já está perpetuada na história do rock.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

''A gente se vê por aqui''







Eu não assisto tv. É sério, sem brincadeiras. Muito raramente assisto a alguns canais da tv a cabo, como Discovery Channel, National Geographic, TV Senado, TV Câmara e TV Justiça. O canal 2, se não me engano é TVE, ou algo assim, também tem uma programação... Digamos... Educativa. Porém, no geral, não vejo mesmo. Tomo conhecimento das notícias por meio de jornais ou Internet.

Dia desses me pus a assistir um programa dominical, apresentado pela apresentadora Eliana.
Bom, nada de muito culto. Um quadro sobre uma espécie de agility com cães me interessou mais que tudo. Sou amante dos animais, me interesso pelo assunto, por isso achei bacana. Mas aquilo que parecia ficar bom teve que piorar, afinal, é a tv brasileira.

Em determinado momento a apresentadora anuncia um quadro com três ''artistas'' no palco. Bom, esperei... e quando entraram os ''artistas'', decidi que ao escrever sobre isso teria mesmo que pôr aspas na palavra artistas.

Era ''incrível'', o quadro baseava-se em uma espécie de disputa entre esses ''artistas'', cada um convivendo com outro participante. No total eram seis pessoas. Porém, essas outras três pessoas a conviverem cada uma com um determinado ''artista'' por certo tempo, eram um tipo de anti-fâ dos mesmos. Soou interessante a proposta, talvez para ver como pessoas da mídia conseguem lidar com pessoas que as detestam.

Mas, como já era esperado, o quadro virou uma baixaria. Argumentos sem nexo, sem senso algum, justificando o ódio pelos tais ''artistas''. E a refutação não deixou por menos: igualmente baixos, os tais ''artistas'' deliciavam-se em baixarias e na exposição de sua pouca inteligência.

Uma participante tocou em um ponto interessante ao criticar a tal ''artista'' com quem teria de conviver. Ela indagou o motivo de a mesma ter se candidatado a algum cargo eletivo, visto ela ser uma cantora e nunca ter lidado com política. E é claro, a tal ''artista'', ficou meio sem resposta.

Por fim, o quadro não terminou porque dura um certo tempo, e as pessoas têm que acompanhar todo domingo, coisa que não me propus a fazer.

O nível cultural de nossa tv é deprimente. Os artistas que se apresentam, a intelectualidade, não há nada acrescentável. É bem a cara do jogo político: não dê inteligência ao povo, ou ele pode te destruir. Sabemos que cultura é algo perigoso, principalmente História.

Se a massa popular perceber, algum dia, que revoluções só foram feitas nas pontas das baionetas, talvez tudo mude. É preciso muita consciência social para que isso aconteça. Do contrário, todos continuarão assistindo a agressão gratuita promovida pelos canais de televisão, apenas para puro divertimento do povo, para continuar deixando todos cegos, bem como querem os que detêm o poder.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

''O Rio de Janeiro continua lindo...''

Hoje, 25 de novembro de 2010, aconteceu o que ja era esperado e previsto por estudiosos da segurança pública. A cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro da Penha, na comunidade denominada Vila Cruzeiro, foi alvo da polícia carioca devido a várias ações de bandidos pela cidade.

É interessante tocar no assunto, pois o ''teatro'' que ocorreu durante a operação policial foi demais. Apoio da Marinha, tanques de guerra, enfim, tudo digno de uma boa guerra urbana. A tv mostrava tudo, pra todos, inclusive para os bandidos. A banalização, e, de certa forma, comercialização da violência são coisas exploradas pela mídia há muito tempo.

Também é muito interessante a reação de certas pessoas ao verem os tanques de guerra e demais armamentos para combater a violência. Uns diziam: ''é isso aí, tem que ser assim mesmo.'' E dessa forma, o governo corrupto, imprestável e amante do fogo-contra-fogo, permanece. A manipulação por parte dos governantes está na cara. É exatamente essa reação que eles esperam que todos tenham. Que enalteçam o governo e suas ações contra a violência, sendo que nada disso deveria estar acontecendo. Esperam o leite derramar pra depois irem limpar. Ridículo.

E a culpa? Claro, sabemos que em toda situação deve ter um culpado, alguém para quem as pessoas possam apontar o dedo. Mas dessa vez devo concordar: existe um culpado. Quem é? É aquele mesmo que agora está se ''desdobrando'' pra tentar reverter essa situação: os governantes. Como deixaram chegar a esse ponto? Qual a razão de não ter feito nada antes? Será que nenhum governante percebeu a crescente população em morros, formações de favelas e etc.? Sim, aquele mesmo que dá é o mesmo que tira. A criminalidade no Rio e em todo e qualquer estado desse país só acontece pelo desprazer dos governantes para com este assunto. E claro, pelos interesses sociais e partidários que também estão ligados a criminalidade.

Afinal, bandido é um genêro só. A diferença é que uns usam bermuda e chinelo, e outros usam terno e gravata.

sábado, 20 de novembro de 2010

Análise de álbuns: ...And Justice For All.







Inaugurando o primeiro marcador sobre artes, venho com a análise de um dos melhores álbuns do rock na minha opinião: ...And Justice For All. Metallica é uma banda dotada de uma personalidade musical inconfundível. Seu 5° álbum, é, sem dúvidas, um dos melhores da carreira da banda. Vamos a análise.

Faixas:


1. - Blackened - o álbum abre bem. Blackened tem força, pegada, alterna em momentos enérgicos, quebrados e outros mais comedidos. A música tem uma autoridade em si, própria da banda, influenciada pelo vocal de James. Enfim, pra mim, uma das melhores músicas do Metallica.
2. - ...And Justice for All - a faixa título faz jus ao álbum. Uma crítica ao sistema americano, ao capitalismo alimentado pelo sistema. Musicalmente é uma faixa técnica. Te faz parecer que algo vai acontecer na música, que é como uma contagem regressiva. Riffs bem marcados, peso, enfim, metal de ótima qualidade.
3. - Eye of the Beholder - um fade in traz a tona uma das faixas com mais alternâncias de climas, característica muito presente em todo o álbum. Vale ressaltar o bumbo ''nervoso'' de Lars em algumas partes. Boa faxia, mas pra mim, não figura entre as melhores.
4. - One - um épico! One é um hino do Metallica. Com 7:25 de duração, é magnífica. Vai da calmaria e termina numa surra no ouvido de qualquer fã. Sem palavras, uma das melhores do álbum, indiscutivelmente. Méritos novamente ao Sr. Ulrich, que simplesmente ''puxa e despuxa'' os tempos na musica como se fosse uma brincadeira de jardim de infância.
5. - The Shortest Straw - a faixa tem uma boa pegada, rápida, alterna riffs de guitarra e viradas de bateria com maestria. Tem boas partes instrumentais, mas é metal. Ou seja, da pra sacudir a cabeça ouvindo-a, rs. O vocal de James vai crescendo juntamente com a música em certas partes. Muito boa.
6. - Harvester of Sorrow - mais lenta do que as outras, porém, com peso. A música é um pouco mais linear , mas não peca em instrumental. Aliás, talvez essa seja umas das faixas cantadas com o instrumental mais prolongado e em foco.
7. - The Frayed Ends of Sanity - começa como um tapa. Uma batida de caixa e um riff simplesmente jogados no ínicio da música. Depois da agressão, ela ganha forma. Ganha um ritmo mais acelerado mas não perde a essência inicial. ''The Frayed'' é a terceira maior faixa do álbum. Muito bem construída, dá o tempero exato para quem gosta de peso e de quebradas de tempo. Acho incríveis os riffs de James, principalmente nos 4:05 da musica, onde há uma intenção pré-solo ja bem definida.
8. - To Live Is to Die - a musica instrumental do disco não fica por baixo. Dispondo do talento técnico de todos os integrantes, a faixa, mesmo sem vocal, diz muito. É perceptível em todo o álbum a vontade da banda em desenvolver o trabalho instrumental. Seria estranho se não houvesse uma faixa assim.
9. - Dyers Eve - encerra o album com grande estilo. Pra mim é uma das faixas mais ''out'' do álbum. No início parece um pouco sem nexo. Com certeza uma das mais agressivas do álbum. É a faixa de menor tempo. Fica uma impressão de como se depois de tanto trabalho na faixa anterior, o Metallica simplesmente foi lá e ''mandou ver''. Ou que essa poderia ser a primeira faixa do álbum, numa possível inversão da ordem das músicas, rs. Muito boa, gosto muito da música.

Conclusão: ...And Justice For All é o álbum mais técnico do Metallica. É perceptível, desde outros albuns até, a evolução instrumental da banda. É todo construído em cima de uma certa obscuridade, suas letras são muito críticas, assim como a própria capa, onde mostra que a justiça está presa a muitos outros valores, principalmente os valores capitalistas. Aliás, criticas ao sistema de leis, justiça, etc, americanos, não é novidade quando se fala em Metallica. Vide o Ride The Lightning. De todo o álbum, Blackened e One, são pra mim os carros-chefes. É o primeiro álbum com o hoje ex-baixista da banda, Jason Newsted.
Enfim, num clima obscuro, feroz, crítico, com o vocal rasgado de James e instrumental trabalhado, se fez And Justice. Um dos melhores álbuns do Metallica, e um dos mais injustiçados também.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Culpa Consciente e Dolo Eventual

Falemos aqui sobre a ciência jurídico-penal.

A diferença básica entre culpa consciente e dolo eventual está na intenção do agente. Na culpa consciente, o agente sabe que pode estar cometendo conduta de perigo, podendo resultar em dano, porém, ele não crê que irá acontecer, seu pensamento é de que não haverá consequências e que nada resultará de sua conduta. No dolo eventual, o agente conduz a ação, mas, sabe que pode haver resultado de dano, porém, ignora e segue em sua conduta. Ou seja, ele age sabendo que poderá ocorrer dano a bem jurídico de outrem, assumindo então o risco de produzir um resultado.

Exemplifiquemos: João, ao conduzir seu automóvel em via próxima a uma escola, onde há tráfego de estudantes, emprega velocidade excessiva em seu veículo. Na culpa consciente, João emprega a velocidade acreditando não ocorrer nenhum dano, nenhum resultado devido a sua conduta. No dolo eventual, João tem consciência de que, devido a se tratar de uma via com grande movimento de estudantes, pode haver resultado, mas ignora o fato, e assume o risco de que algum resultado possa acontecer.

Na teoria não há dificuldade de entender, porém, se pensarmos na prática, é complicado. Como saber o que se passava na cabeça do agente no exato momento da ação? E convenhamos que, nenhum réu irá admitir que empregou velocidade excessiva na direção de seu veículo com consciência de que poderia haver um resultado.
As teorias e princípios penais estão entre as mais belas do Direito, não só por sua intenção de aplicabilidade, de que seja realmente apurado o que acontece na realidade, sem versões ou qualquer tipo de manipulação, mas também pelo modo como são formuladas, baseadas em fatos e em possibildiades que podem surgir da vontade humana.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Abertura!

Difícil escolher algum tema pra iniciar este blog. 
Tantas coisas podem ser abordadas, mas, após pensar muito, decidi por um assunto, talvez aquele que esteja em voga hoje: eleições. As eleições acabaram, e, a partir de primeiro de janeiro de 2011 teremos uma nova líder do Poder Executivo federal. Mas será que tudo foi correto? Muitos criticaram e acharam ruim Dilma ter sido eleita este ano. Eu fui um deles. Porém devemos nos atentar para o grande fato de que não adianta fazermos algo meses antes das eleições, se quisermos ter ideias aceitas, providências devem ser tomadas muito antes disso. Talvez Serra também não fosse o candidato ideal, e eu também não achava que era.

O que podemos observar hoje em dia, é que, não há o candidato ideal, aquele que fará algo realmente relevante para todo povo, e não apenas pra uma certa camada da sociedade. As pessoas votam no menos pior. O Estado chegou a um ponto tão crítico, que os ideais dos eleitores partem desse princípio, ou de princípios semelhantes. É a velha história, ''ele rouba mas faz''.

Por isso devemos acompanhar toda a atividade governamental para não repetirmos erros na hora de escolher. Tentar mudar algo pouco tempo antes de uma eleição, de nada vai adiantar. Pois no decorrer dos quatro ou oito anos de governo, vemos a nossa Constituição ser rasgada pelos detentores de cargos eletivos, e nada fazemos. É esse conformismo cômodo que parece uma praga na maioria dos brasileiros. Podemos até entender boa parte disso se olharmos para história, afinal, nada mais incoerente do que o detentor do poder, de repente, declarar a independência de um país. Se ele era o próprio poder, onde está a conquista nisso? Fica algo como se fosse ''eu sou o imperador, mando em tudo, e, inclusive, digo que agora somos independentes.'' Tá, e aí? Mas botar a culpa na história também não ajuda nem muda nada. Basta olharmos pra história da Austrália, por exemplo, que tornou-se ilha penal da inglaterra, e hoje é um dos países mais desenvolvidos no mundo, com praticamente 1% de analfabetismo em todo país.

Enfim, em vez de jogarmos algum tipo de culpa em alguém, por isso ser mais cômodo, devemos nos atentar para mudanças reais. Abaixar a cabeça pra tudo o que o governo decreta é, de certa forma, estar sendo conivente com todo o sistema sujo e a improbidade que vemos acontecer a cada ano, e que nunca se finda.