domingo, 17 de setembro de 2017

As mudanças que não se escondem

O partir, o deixar. A necessidade geográfica de se fixar não pode ser tomado como algo natural. Sempre ouvi dizer que nosso estado não depende do lugar em que estamos. Eu concordo parcialmente. O universo nos influencia, os lugares, as pessoas. Mas como dizia Sheakspeare, "nós somos responsáveis por nossas atitudes". Ou era isso ou algo parecido.

Fato é que não podemos responsabilizar o que fazemos por conta de lugares, pessoas ou situações. Mas isso não significa que não podemos aprender, ter novas experiências, mudar por conta dessas mesmas coisas. Há momentos em que sentimos que precisamos deixar coisas, momentos e até pessoas para trás. Há momentos em que o novo pede por nós. Há momentos que muitos nos chamarão de radicais, de loucos, de "mas você vai fazer isso logo agora"? Agora? Mas o que é o tempo? Se não mera relatividade da nossa consciência?

Mudar é preciso. Mudar não pára se mudar, mas sim porque outro novo nos espera. E esse novo não tem lugar fixo, ou hora marcada ou mesmo dia pra acontecer. Pode estar na esquina de casa, no trabalho, no hobbie que deixa de ser hobbie ou até mesmo em alguém. Não há regras para determinarmos quando e porquê temos que seguir o novo. Apenas sentimos que há um novo que nos espera. Apenas sentimos que temos que fazer aquilo. Nosso instinto grita, nos avisa, nos fala o que é para ser feito. A partir daí temos a escolha de seguir ou estagnar. Porém o tempo urge. A vida anda para frente, as coisas precisam se mover para dar continuidade a tudo isso que chamamos de vida.

Uma jornada louca que não sabemos como nem porquê começa e termina, mas sabemos que aqui temos que estar e dentro desse tempo realizar pequenas coisas, pequenas missões. Muitas vezes para nós mesmos, noutras para os outros e em outras para ambos. Em suma, podemos dizer que para realizar tais missões é preciso que deixemos o instinto nos dizer quando devemos fazer. O porquê talvez iremos saber ou não. Talvez até tenhamos que mudar para saber se há um porquê e qual a grandiosidade desse porquê.

O questionamento e o intenso perguntar de nossas mentes não é suficiente para responder às perguntas que o instinto traz as respostas. Nunca ignore algo tão forte que você simplesmente sinta, sem alguma explicação racional. Há coisas que sentimos que temos que fazer, conquistar, realizar ou até mesmo deixar. Mudar é uma delas. Mudar no sentido amplo, não de dentro para fora, mas também de fora para dentro.

Nem tudo é uma busca por respostas. Apesar dos inúmeros questionamentos que vamos ter durante a vida. Mas muitas coisas são apenas isso: instinto. Vá e realize isso. É a hora de fazer. Chegou a hora dessa mudança. Ninguém te diz, isso é apenas sentido. E meu amigo, quando isso ocorrer, não exite. Não se feche em um mundo, uma situação, uma rotina ou um lugar. Mudança engloba tudo e se há algo que você não sabe explicar que te empurra para fazer, faça. Não ignore seus instintos de mudança. Não ignore quando sentir que precisa realizar algo.

A vida por vezes nos diz coisas sem dizer. Nos dá lições sem ensinar. Nos faz mudar sem querer mudar. Por vezes somente é preciso fazer aquilo, é preciso realizar, sem nenhuma explicação racional. A vida, por vezes, nos faz mudar por muitas vidas. Faz-nos realizar algo que em muitas vidas devíamos realizar e por algum motivo não fizemos. Portanto, apenas siga.

Como muito bem escreveu Milton Nascimento:
"Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol".

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